
O setor de alimentação fora do lar da Região Metropolitana de Campinas (RMC) está otimista para o fim de 2025. De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 70% dos empreendedores esperam aumento no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Para a maioria (56%), o crescimento deve ser de até 20%.
Com o avanço das confraternizações e eventos corporativos típicos do período, 34% dos empresários planejam reforçar o quadro de funcionários para atender à demanda extra. A pesquisa, realizada entre 13 e 21 de outubro com empresários da região, também revela que 11% projetam estabilidade e 15% estimam queda nas vendas — enquanto 4% dos entrevistados não tinham negócio ativo em 2024.
Entre os empresários que pretendem contratar, a falta de profissionais qualificados é apontada como um dos principais desafios. As vagas mais difíceis de preencher são as de cozinheiros especializados (como sushiman e churrasqueiro), além de chefs de cozinha e gerentes.
Para atrair e manter talentos, muitos estabelecimentos têm adotado estratégias de valorização da equipe, como premiações por desempenho, cursos de capacitação, flexibilização de horários e reajuste salarial. “O desemprego em níveis historicamente baixos significa mais poder de compra e, por consequência, mais movimento. Isso traz um desafio a mais na contratação de profissionais, principalmente os mais qualificados. Mas é melhor ter essa dificuldade do que ver faltarem clientes”, destaca Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
A pesquisa também abordou aspectos financeiros do setor. Em setembro, 25% das empresas da região registraram prejuízo, enquanto 31% ficaram em equilíbrio e 44% obtiveram lucro. Além disso, 35% dos empresários não conseguiram reajustar preços no último ano e 27% têm pagamentos em atraso.
Os dados acompanham o resultado do Índice Abrasel-Stone, que mostrou queda de 4,9% no volume de vendas em setembro. Ainda assim, o setor se mantém confiante. “Setembro foi atípico, com fatores externos que afetaram o desempenho, mas o otimismo permanece. Acreditamos que os próximos meses serão muito movimentados pelas confraternizações, turismo e pagamento do 13º salário, que tradicionalmente fortalecem o setor nesta época do ano”, afirma Solmucci.
