Custo reduzido na fatura de energia e outras vantagens fazem com que mercados de bairro, academias, escolas e outros empreendimentos optem pelo sistema solar
A potência instalada da fonte solar fotovoltaica, que cresceu mais de 60% em 2022, com 23,9 gigawatts (GW), tornou-se a segunda maior fonte de geração do Brasil. A este desempenho histórico para o setor, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) acrescenta que a quantidade de instalações fotovoltaicas em estabelecimentos comerciais aumentou em 73% no mesmo período. Hoje, mercados de bairro, lojas e outros empreendimentos respondem por uma grande parcela de toda a energia solar gerada no País por meio do sistema de geração distribuída.
Se as estatísticas de 2022 são animadoras, a capacidade para produção de energia solar no Brasil deve trazer resultados ainda melhores até o final deste ano. Segundo a Absolar, a estimativa é terminar 2023 com 34 gigawatts (GW). Do total, 21,6 GW devem vir de pequenos e médios sistemas solares instalados em residências, comércios, academias, escolas, propriedades rurais e prédios públicos.
Com base em dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), levantamento realizado pela Absolar revela que as instalações de sistemas fotovoltaicos em estabelecimentos comerciais saltaram de 99 mil no início do ano para 173 mil no final de 2022. “O fato coloca em evidência o comportamento do consumidor, que a cada dia está mais atento ao uso de fontes de energia limpas e sustentáveis”, observa o engenheiro Jayme Passos, responsável pela Ecobrisa Energia.
As estatísticas, avalia o especialista, também demonstram preocupação com a economia. “Sem dúvida, a fatura de energia pesa para os empresários que mantêm mercados de bairro, escolas, academias ou qualquer outro negócio relacionado a comércio e serviços”, ressalta Passos. “E com o sistema solar fotovoltaico a economia, que chega a 90%, é um grande atrativo.”
Os pequenos negócios contribuem hoje em dia com 30% de toda a energia solar produzida no Brasil por meio de geração distribuída (GD). Nesta modalidade, as unidades menores geram energia em locais diferentes para injetar o excedente produzido em redes maiores. Segundo levantamento da Aneel, a GD solar somou cerca de 6,6 GW de potência no Brasil em 2022, contra 3,5 GW em 2021.
A diminuição de custos para instalação de painéis solares fotovoltaicos no País, aliada aos benefícios desta fonte geradora de energia, tem feito com que o sistema se popularize cada vez mais, atingindo todas as classes de consumo. “Tão importante quanto a economia na conta de luz é o ‘payback’, ou tempo para se ter o retorno do investimento, que é muito rápido, além da rentabilidade que é excelente e por um prazo muito longo”, finaliza Jayme Passos, da Ecobrisa Energia.