Evento gratuito terá homenagens, debates literários, música afro-brasileira e grafite; destaque para a escritora Lilia Guerra
Campinas abre, no dia 13 de novembro, a circulação do Festival Cidade da Cultura COMGÁS, que neste ano tem como foco a literatura negra e a valorização dos artistas e instituições culturais locais. O evento, totalmente gratuito, contará com mais de 60 atividades em quatro cidades do Estado — além de Campinas, o festival também passará por Jundiaí, São José dos Campos e Santos.
A programação em Campinas começa com a Feira Afro Literária Laudelina de Campos Melo, uma homenagem à histórica ativista que lutou pelos direitos das trabalhadoras domésticas e pela igualdade racial. A proposta é fortalecer a presença da literatura afro-brasileira contemporânea, promover o acesso à leitura e reconhecer a importância da cultura negra na formação da identidade campineira.
A abertura oficial acontece no dia 14 de novembro, às 19h30, na Sala Vermelha do Paço Municipal, com a apresentação do grupo de afoxé Ibaô Inã ati Omi. Durante a cerimônia, serão homenageadas figuras que marcaram a história cultural da cidade:
- Aureluce Santos (In Memoriam) – a “Dama do Samba Campineiro”, cantora e compositora que deixou um legado de resistência e arte popular;
- Mãe Iberecy (In Memoriam) – líder espiritual e fundadora do afoxé Ibaô Inã ati Omi;
- Seu Valdir de Oliveira – escritor, historiador e pesquisador da cultura local.
No dia 15 de novembro, a Biblioteca Prof. Ernesto Manuel Zink recebe o projeto Arena da Palavra, das 14h às 19h, com rodas de conversa literárias mediadas por Odara Conecta. Participam as escritoras Lilia Guerra, Catita, Vivi de Paula e Maria Alice da Cruz, entre apresentações de contação de histórias e danças da cultura popular.
O encerramento será no dia 16 de novembro, na Casa do Hip Hop, com a entrega de grafites e uma performance artística da slamer Mileny, fundadora do Slam do ABC e campeã paulista de poesia falada.
De acordo com Marcelo Sollero, diretor do Polo Cultural e idealizador do festival, o Cidade da Cultura busca “estar onde a arte pulsa”. “Cada cidade recebe uma programação própria, com música, poesia, literatura, hip hop e arte urbana. É um presente cultural e um estímulo à criação local”, afirma Sollero.
O festival também tem como objetivos formar novos leitores nas escolas públicas, valorizar artistas e escritores negros, preservar a memória e ancestralidade afro-brasileira e combater o racismo por meio da educação.
Mais do que uma celebração artística, a Feira Afro Literária Laudelina de Campos Melo é um ato de resistência e reconhecimento. A cultura é o alimento da alma, e a literatura negra é a memória viva de um povo que resistiu e venceu”, destaca a curadoria do evento.
Durante quatro dias, o público poderá vivenciar um encontro entre tradição e contemporaneidade, em uma programação que reafirma o poder da arte como ferramenta de transformação social.
Resumo da Programação – Campinas
13/11 (quinta) – Feira Afro Literária Laudelina de Campos Melo
Durante o dia – diversos espaços culturais
14/11 (sexta), 19h30 – Abertura Oficial
Sala Vermelha do Paço Municipal (Av. Anchieta, 200 – Centro)
Grupo de afoxé Ibaô Inã ati Omi e homenagens
15/11 (sábado), 14h às 19h – Arena da Palavra
Biblioteca Prof. Ernesto Manuel Zink (Rua Benjamin Constant, 1633)
Debates literários com Lilia Guerra, Catita, Vivi de Paula e Maria Alice da Cruz
16/11 (domingo) – Encerramento
Casa do Hip Hop (Rua Francisco Teodoro, 1030 – Vila Industrial)
Entrega de grafites e performance de Mileny (Slam do ABC)