A Replan, a maior refinaria da Petrobras, anunciou nesta terça-feira (3) a geração de 3 mil vagas de emprego durante a construção da nova unidade de produção de diesel S-10 em Paulínia (SP). As obras estão previstas para início ainda este ano, mas a data exata ainda não foi divulgada pela multinacional. A inauguração da planta deve ocorrer até o fim de 2025.
As instalações terão investimento de US$ 458 milhões da Petrobras – parte do aporte que o g1 antecipou em reportagem em julho de 2021 – e vão significar uma mudança no refino de diesel na Replan.
O tipo S-500, usado em máquinas agrícolas e correspondente a 47% do diesel fabricado atualmente, não será mais produzido. Todo o maquinário tanto da nova planta quanto da que já existe será voltado à produção de diesel S-10, com aumento na produção até 2026.
“O diesel é nosso principal derivado e a Replan se caracteriza por uma unidade que tem uma produção muito expressiva do diesel do mercado atual do Brasil”, afirmou Rogério Daisson, gerente geral da Replan.
Paulínia concentra a maior produção de diesel do país, mas adaptações também serão aplicadas nas refinarias Reduc, no Rio de Janeiro (RJ), e Revap, em São José dos Campos (SP).
Em relação às 3 mil vagas, a Petrobras afirmou que serão empregos gerados nas empresas contratadas pela multinacional para a realização da construção. Esta seleção de companhias para a obra ainda está em andamento.
Futuramente, quando a nova unidade de refino estiver em funcionamento, há uma possibilidade de mais empregos gerados para a mão de obra operacional, informou o gerente geral.
“Depois da unidade operando, também novas oportunidades de emprego surgirão, porque a unidade precisa depois passar por processo de manutenção, conservação.”
A Replan emprega hoje, no total, 3,3 mil pessoas, entre concursados e terceirizados.
Refinaria da Petrobras replan, em Paulínia (SP) — Foto: Júlio Cesar Costa/g1
Hidrotratamento de diesel
A nova unidade vai investir no hidrotratamento de diesel (HDT), que gera hidrogênio a partir de um forno de 1,3 mil graus e 130 toneladas de vapor por dia, para remover os contaminantes do combustível, como o enxofre, e reduzir impactos no meio ambiente.
O S-10 é um combustível com menor teor de enxofre que o S-500, e serão cerca de 10 milhões de litros produzidos por dia com a nova planta, informou a Replan. A mudança também vai permitir aumento da produção de querosene de aviação (QAV).
Gerente geral da Replan, Rogério Daisson mostra diesel S-10, foco da produção da refinaria da Petrobras nos próximos anos — Foto: Júlio César Costa/g1
Programa de investimento em inteligência artificial
Outros US$ 90 milhões serão investidos pela Petrobras na Replan com foco em inteligência artificial, melhoria da eficiência energética e aumento da disponibilidade operacional. O programa é chamado RefTOP. No total, o aporte da Petrobras na planta de Paulínia entre 2022 e 2025 supera US$ 500 milhões.
“São investimento que visam na sua maior parte eficiência das nossas operações, do ponto de vista energético e operacional, e confiabilidade das nossas operações”, explicou Daisson.
Um exemplo é a aplicação de sensores de monitoramento para o melhor desempenho das tochas de queima de gás – uma das etapas das unidades de refino e produção -, e também uso de drones para executar tarefas com maior segurança, como a manutenção de torres.
“Um dos focos do RefTOP é nos tornarmos de maneira comparável aos melhores do mundo em termos de desmpenho energético”, completou. Considerando as demais refinarias do Brasil, o investimento total nesse programa será de US$ 300 milhões.
Refinaria da Petrobras em Paulínia, Replan é a maior do Brasil — Foto: Júlio César Costa/g1
Maior refinaria da Petrobras, a Replan tem capacidade para processar 69.000 m³ de petróleo por dia, o equivalente a 434 mil barris, e atende a 30% do território brasileiro.
Na planta são produzidos derivados como gasolina, diesel, querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha), óleo combustível, asfalto, propeno e bunker, entre outros.
A produção de Paulínia é escoada para os seguintes locais:
Interior de São Paulo – recebe a maior parte da produção, 55%
Sul de Minas
Triângulo Mineiro
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Rondônia
Acre
Goiás
Brasília (DF)
Tocantins
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